sábado, 19 de abril de 2014

O confuso diário

A pedra no meio do meu caminho é frágil demais para que eu a chute, mas incomoda suficientemente minha sanidade.
Hoje: música, café, avelã, livro, chocolate, cheiro positivo... angústia. Foi só pensar na pedra, e de repente apareceram todos os bichos que tenho medo, revestindo um caminho onírico .Acabou a manhã.

Percebi que, na verdade, a fragilidade não está na pedra. Só mesmo um peixe fora de seu aquário lunar, para se iludir quanto à isto. Ilusão de que para chutar basta o pé.

Ana Lua,
Maio 1889

domingo, 6 de abril de 2014

Da Serra


Linhas que desenham a serra,
antes já belas,
agora mais.
O desejo não se encerra,
a espera,
se cruza com o tempo
e pela janela,
de tudo isso,
participa a serra 

O sopro que vem de lá
Guardam mais coisas
do que posso imaginar.

Teici M. 
5/04/14

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sobre o Tempo

Tempo perto
Tempo distante
Novamente
perto
O que é que o tempo esconde?

Teici
4 de abril, 2014


terça-feira, 11 de março de 2014

Devir


Sou a obra inacabada,
Em busca do meu arché.

Sou minha guerra de contrários,
Sonho diluído em águas mútuas.

Meu devir. Tensão dos meus opostos,
Minhas certezas e remorsos.

Sou o vigor que brota,
A physis da matéria que lhe apresenta.

Sou ! A ausência !

QUERO, Lucas Ramon.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Certeau e a questão da subjetividade na pesquisa histórica

             “O que fabrica o historiador quando faz história?” (CERTEAU, 2000, p.65). Um historiador é alguém que produz textos. Mas, para esta fabricação se faz necessário dar importância a três questões: o lugar de produção do texto, a prática (procedimentos de análise) e a construção deste.  Da combinação deste três elementos é que se faz a operação histórica. A História não está separada da realidade da qual trata. É necessário analisar o que o discurso não fala. (p.65-66)
            O real já passou, portanto o discurso não é o fato em si, mas sim o resultado de uma pesquisa.  Sendo o historiador o mesmo produto do que estuda, já que este trabalha com a história dos seres humanos, o discurso histórico não é neutro. Caída a idéia de “verdade”, tirada do modelo positivista, a objetividade cientificista do século XIX, fica entendido que a subjetividade do autor tem grande importância na interpretação do objeto que se estuda. O fato existe concretamente, é a partir dele que vem a interpretação, feita por um sujeito situado em um lugar e dotado de uma prática e escrita.
A pesquisa histórica se relaciona com um lugar de produção, estando então, sujeita a uma particularidade (p.66). O lugar de produção é onde o historiador vive com seus pares, é a instituição onde este se localiza. Esta instituição social é dotada de uma linguagem científica: “...cada disciplina mantém sua ambivalência de ser a lei de um grupo e a lei de uma pesquisa científica” (CERTEAU, 2000, p.70). Segundo Certeau, a instituição torna possível e determina uma doutrina, portanto, para analisarmos um discurso histórico temos que ter em mente que ele depende de um lugar. A pesquisa histórica e seu conjunto de práticas, se dá através de diálogos, o estudo de História é específico e coletivo: “É o produto de um lugar” (CERTEAU, 2000, p.73). A partir do momento em que o fato é pretérito, o que o historiador faz são interpretações em cima deste acontecimento.
Sabendo da subjetividade do ser humano, e que o historiador e sua prática estão conectados a uma instituição, podemos afirmar que não existe neutralidade na pesquisa Histórica. Também não existe uma verdade universal, visto que fazemos interpretações em cima dos fatos, portanto o que existe são diversas afirmações. ‘A história não começaria senão com “a nobre palavra” da interpretação...’ (CERTEAU, 2000, p.78).
Assim como o historiador está ligado a um lugar social, a sua prática também está. Cada historiador trabalha de acordo com seus métodos. Ele transforma produções sociais em objetos de história (p.80). Portanto, se a prática histórica transforma, reorganiza e produz, será inútil um trabalho em que o historiador já possui as respostas de sua pesquisa: “Quando o historiador supõe que um passado já dado se desvenda no seu texto, ele se alinha com o comportamento do consumidor. Recebe, passivamente, os objetos distribuídos pelos produtores.” (CERTEAU, 2000, p.80). Sem problematização não há pesquisa.
A História se articula, movimentando entre a cultura e a natureza, transformando um objeto em documento. A História produz documentos. O estabelecimento das fontes também se dá através da relação com o lugar, um aparelho de pesquisa e técnicas. O trabalho científico além de fazer falar o que ainda estava adormecido em uma documentação, deve também usar de técnicas transformadoras (p.82-83). Portanto, podemos dizer que a constituição de uma pesquisa, não é “uma classificação do ontem” (p.83), mas sim, uma ação de técnicas transformadoras. Mas, no texto vemos um limite claro: “Enquanto a pesquisa é interminável, o texto deve ter um fim...” (CERTEAU, 2000, p.94)
            A operação de localizar o texto, para entender sua historicidade e a de seu autor, esta articulação de “filtragem” faz com que possamos, talvez, alcançar a objetividade de uma pesquisa, tornando-a intersubjetiva.



Leitura: CERTEAU, Michel de. A operação historiográfica. In: A escrita da história. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.
Produção baseada em anotações feitas em casa durante os dias 10, 17, 18 e 19 de agosto, e durante as aulas de Historiografia dos dias 12 e 19 de agosto de 2013, ministradas pela Prof.ª Dr.ª Patrícia Furlanetto.

Teicianne M. Freitas.

sábado, 15 de fevereiro de 2014


                      A Janela


Uma lua ao fim da tarde. 
Silêncio debruçado sobre minha janela.
E eu...
Entre a lua e a janela.



Minhas mazelas...
Notas soltas na face da brisa

Em busca de repouso e eu, em busca dela.


Ela, a lua
Eu, a janela....



QUERO, Lucas Ramon.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pela janela...



Pela janela,
Campos
e um Campus

Teici Miranda

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Estou virando fã


Estou virando fã
No afã de navegar na tua onda
Me afogo
Inda sã

Teici
28/01/2014

Bem Querer

Neve,
Leve,
Me leve,
Me vele
Me esquece,
Me entregue,
Me queres ?

Toque-me,
Respira-me,
Beija-me ?

Me traga,
Me leve,
Me tenha,
Venha !

Sejas meu breve pensar,
Meu longo existir !

QUERO, Lucas Ramon.


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Escutar

Amor sem toque
A não ser o de música
Amor que só busca
Amor que se ofusca.

Teici Miranda
27, de janeiro de 2014

"meu suco na tarde de som e suor 
meu suco é a tarde de sonho e quimera 
de sono e de espera" - Luli & Lucina

Elisiane


Boa noite, amiga.
Seja Elis e ame.
Seja Elis.
Elis, me ame?
Elis, nos ame?
Ame, Elis!

Teici
27/02/2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

A vida segue


A vida segue, ou eu a sigo?
Consigo,
na medida do possível

Teici Miranda
25 de janeiro, 2014

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Amiga Anos 60

(link para ouvir https://soundcloud.com/teicianne-m-freitas/amiga-anos-60 )

Quando avisaram que você viria, eu me alegrei.
Peguei o que de melhor eu tinha e me preparei.
Não sei porquê, se eu não te conhecia,
Mas pesquisei e achei poesia

E você  que sentiu
quando no meio de todos
me descobriu e sorriu?

Naquele dia eu ouvi
O que você dizia.
Não era só pra mim, mas era o  que eu queria.
Depois eu te escrevi, e você respondeu.
O que acontecerá agora?
Você não sabe, nem eu...

Eu não sei, se você sabe, então vou lhe dizer
Não chame ninguém de querida, se não for querer
Delícia é ouvir sua voz, nas coisas que achei
Os presentes que me deu, guardei, já os escutei

Eu espero que também pense
Que essa coisa de idade
É só um simples detalhe

Naquele dia eu ouvi
o que você dizia.
Não era só pra mim, mas era poesia.
Depois eu escrevi, e você completava.
Me perdi  no seu escrever,
Então só elogiava.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Teici - Anita

Link para ouvir a música: https://soundcloud.com/teicianne-m-freitas/anita



I

Penso
Se te capturo em imagem,
já que não sei escrever.
Se tiro uma foto contigo,
De um dia que ainda há de viver,
Do dia que ainda vamos nos ver,
Do dia, em que prometeste conhecer a matéria,
Os outros dias passarão lentos,
[...]
Penso.


II

Penso,
Se me pegas assim de susto,
Com uma mensagem, pelo vento,
Seria o momento vivo em cores.
Penso

Teici Miranda